(imagem retirada da net)
Dia do Pai, não,
obrigado!
(…) “Ah!... Como
é fantástico ver que o pai fala como só ele, brinca como só ele, adormece como
só ele, cuida e protege como mais ninguém! É por estas e por outras que eu acho
que, considerando o seu precioso contributo ao exercício da bondade o pai nunca
devia ser poupado. Por isso mesmo, devíamos ponderar, muito seriamente, se o
pai não devia vir equipado com uma advertência. Do género: agitar antes de
usar. Ou, melhor: não guardar fora do alcance das crianças. Ou mesmo: o uso
indevido de pai põe em causa a saúde das crianças. Mas infelizmente, os pais,
vêm equipados com uma pitada de mistério: o pai comove-se, às escondidas;
enternece-se, de um jeito envergonhado; dá colo e mais colo com os tremeliques
de quem se apavora de perder, com isso, o charme de um durão; e diz, vezes de
mais, “amo-te muito” nas entrelinhas e com poucas letras. Mas é tão bom ver o
mundo do alto dos ombros de um pai, e senti-lo fácil e seguro, sempre que ele
resolve todos os perigos, e é tão terno fazer de conta que ele é forte (mesmo
quando sabemos que o pai tem medo de chorar) que se eu mandasse, tornava
obrigatório o uso de pai. E, pior ainda fazia da falta de pai uma doença
crónica contra a qual se devia ter de tomar, para sempre, três doses de pai, ao
longo do dia. Sem direito a facilitar nas férias ou nos fins-de-semana. Por
isso mesmo mantendo as prendas que os pais recebem num dia como esse (que
sempre lhe acalentam o coração), e os desenhos e as redações que as crianças
lhe dão (que são uma forma de conjugar o verbo “amo-te pai” até à milésima
pessoa) -, acho que, se acreditamos que um pai é mágico na maneira como nos faz
crescer, devíamos dizer: “Dia do Pai, não, obrigado!
Eduardo Sá in Queremos Melhores Pais!
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